Capa do livro "Adultos Pouco Escolarizados. Políticas e Práticas de Formação", de Carmen Cavaco

Adultos Pouco Escolarizados: Políticas e Práticas de Formação

Autora
Carmen Cavaco

Apresentação

As políticas e dinâmicas de educação e formação dirigidas aos adultos pouco escolarizados têm-se baseado, essencialmente, na hegemonia e naturalização da forma escolar, o que contribuiu, em grande medida, para a sua ineficácia e para a reduzida adesão dos adultos. Esta situação está na origem de um paradoxo: as práticas de educação e formação orientadas para os adultos pouco escolarizados têm contribuído para que estes reforcem uma ideia negativa da formação e do saber académico.

A presente obra, Adultos Pouco Escolarizados: políticas e práticas de formação, centra-se na evolução das políticas de educação e formação de adultos de âmbito internacional, europeu e nacional, no sentido de compreender como estas se reflectem nas lógicas da formação desenvolvida pelos actores locais e na adesão dos adultos pouco escolarizados. A investigação, baseada num estudo de caso territorial, fundamentou-se numa perspectiva interdisciplinar e de análise crítica por se considerar essencial para compreender a complexidade dos fenómenos educativos e formativos.

Índice

ÍNDICE DE QUADROS    11
LISTA DE ABREVIATURAS    15
PREFÁCIO    17
AGRADECIMENTOS    23
NOTA INTRODUTÓRIA    25
INTRODUÇÃO    27
PARTE I – CONSTRUÇÃO DOS OBJECTOS DE ESTUDO E METODOLOGIA    33
CAPÍTULO I – PROBLEMÁTICA E METODOLOGIA    35
A problemática do estudo — os adultos pouco escolarizados e a formação    35
Pressupostos epistemológicos    35
Pressupostos teóricos    42
Termos e conceitos — a definição (im)possível    55
Justificação da investigação    66
Objectivos e questões de pesquisa    69
Procedimentos metodológicos da investigação    72
Método: o estudo de caso    72
Dispositivo de recolha, tratamento e análise de dados    77
CAPÍTULO II – POLÍTICAS EDUCATIVAS E OS ADULTOS POUCO ESCOLARIZADOS: DA “EDUCAÇÃO PERMANENTE” À “APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA”    85
Orientações políticas a nível internacional    88
O movimento da “educação permanente” e o analfabetismo    93
A humanização do desenvolvimento e a educação integral    93
Das campanhas de alfabetização à alfabetização funcional    97
A “aprendizagem ao longo da vida” e a literacia  118
Educação de adultos subjugada à gestão de recursos humanos  118
Mudança de conceitos: dos analfabetos aos públicos desfavorecidos  135
O reconhecimento de adquiridos experienciais e a “gestão de si”  137
A política de educação de adultos a nível nacional  141
Orientações políticas e diversidade de lógicas  162
A lógica da educação popular e do associativismo  163
A lógica da escolarização compensatória  170
A lógica da qualificação e gestão de recursos humanos  175
As novas orientações políticas e os adultos pouco escolarizados  180
CAPÍTULO III – ADULTOS POUCO ESCOLARIZADOS EM PORTUGAL – AS ESTATÍSTICAS, OS PERCURSOS EXPERIENCIAIS E OS ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO  191
Das estatísticas aos percursos experienciais  191
A persistência do analfabetismo  191
Adultos pouco escolarizados: a leitura dos números  194
Adultos pouco escolarizados: percursos de vida  209
Nuno — a (des)ilusão no ensino recorrente  212
José — o homem dos “sete ofícios”  214
Matias — a força dos projectos de vida  217
Ana – a (des)continuidade do percurso escolar  223
Maria — curiosidade e motivação para a aprendizagem  228
Alice — de costureira a formadora  232
Francisco — os projectos profissionais  235
Paula — da indústria ao trabalho com os idosos  239
Adultos pouco escolarizados: elementos de síntese dos estudos de investigação  243
Ensino recorrente: predomínio do modelo escolar e do público jovem  265
Extra-escolar: as potencialidades da educação não formal  288
Cursos EFA — a inovação (com)prometida  295
Centros Novas Oportunidades — reconhecimento dos adquiridos experienciais  304
PARTE II – DIVERSIDADE E INTERDEPENDÊNCIA DE LÓGICAS DE FORMAÇÃO DE ADULTOS POUCO ESCOLARIZADOS  317
CAPÍTULO IV – FORMAÇÃO DE ADULTOS POUCO ESCOLARIZADOS NO TERRITÓRIO EM ESTUDO  319
A formação de adultos e a territorialização  319
As ofertas de formação e os adultos pouco escolarizados  333
O ensino recorrente  340
A educação extra-escolar  350
A formação profissional  367
As entidades formadoras e a formação profissional  367
As entidades empregadoras e a formação profissional  393
As lógicas da formação e os adultos pouco escolarizados  430
A lógica da intervenção comunitária  441
A lógica da animação/ocupação de tempos livres  455
A lógica da ortopedia social  483
A lógica de desenvolvimento organizacional  495
A lógica da qualificação individual  522
A diversidade e interdependência das lógicas de formação  543
CAPÍTULO V – EMERGÊNCIA DE NOVAS PERSPECTIVAS — RECONHECIMENTO DE ADQUIRIDOS EXPERIENCIAIS  553
O reconhecimento e validação de competências e a dinâmica formativa no território em estudo  557
Os cursos EFA e as limitações à inovação  572
Uma prática em construção — o reconhecimento e validação de adquiridos experienciais  593
O reconhecimento e validação — um processo de avaliação?  616
A avaliação de competências  628
A experiência e os adquiridos experienciais  635
As metodologias e o reconhecimento de adquiridos  656
Os instrumentos e o reconhecimento de adquiridos  664
A adesão dos adultos e os resultados (in)esperados do processo  667
A emergência e alteração de actividades profissionais  686
Emergência de uma nova actividade profissional — o profissional de RVC  686
Alteração da actividade do formador — o formador de RVC  699
Funções e competências do profissional de RVC e do formador de RVC  713
CONCLUSÃO  725
Orientações  725
Lógicas de formação no território  730
A prevalência da lógica da ortopedia social  732
A “gestão de si” e a lógica da qualificação individual  738
As entidades empregadoras e a lógica de desenvolvimento organizacional  743
A lógica da animação/ocupação tempos livres e a elevada procura  748
A lógica da intervenção comunitária e o carácter integrado dos dispositivos formativos  751
Reconhecimento de adquiridos experienciais  755
Os domínios de complexidade  755
Metodologias, instrumentos e acompanhamento  768
A diversidade e interdependência de lógicas de formação  772
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  787
LEGISLAÇÃO CONSULTADA  807
ANEXO I   Entrevistas realizadas e respectivos códigos  809
ANEXO II  Elementos quantitativos sobre os adultos pouco escolarizados  815
ANEXO III Elementos quantitativos sobre a frequência da formação  823
RESUMO  837
ABSTRACT  837

Coleção e data de publicação

Ano de publicação: 2009
Colecção: Ciências da Educação
Editora: Educa | Unidade de I&D de Ciências da Educação