Capa do livro "Da Cadeira ao Banco. Escola e Modernização (Séculos XVIII-XX)", de Justino Magalhães

Da Cadeira ao Banco. Escola e Modernização (Séculos XVIII-XX)

Autor
Justino Magalhães

Apresentação

A metáfora Da Cadeira ao Banco simboliza um processo pedagógico, social, político, transcultural, de cerca de dois séculos de história, sintetizado no conceito o educacional escolar. No decurso da grande Modernidade, a educação foi progressivamente instrucionalizada e afectada pela cultura escrita, e os perfis de alfabetizado e letrado foram substituídos por um colectivo (cerebralizado e pragmático) de escolarizados, cujas prerrogativas de comunicação, cidadania, participação, tornaram possível a sobreposição dos quadros local, nacional, federal, global. Tendo-se reconstituído como instância e referente do Estado-Nação, na transição do Antigo Regime, a cultura escolar, conciliando humanismo, ciência e técnica, ganhou raiz na tradição civilizacional e nas culturas nacionais, e a escola tornou possível a instituição de um minimum curricular, uma escrituração, uma orgânica e uma burocracia estruturantes da modernização e do progresso.

O principal objecto aqui historiado é a formação do sistema escolar português, abordado de forma integrativa, nas suas diferentes conjunturas: estatalização, nacionalização, governamentalização, regimentalização. Estas conjunturas correspondem a complexos históricos, transversais ao Mundo Ocidental, no qual, o Portugal Moderno, ainda que de forma singular, não deixou de inscrever-se.

Índice

QUESTÕES INTRODUTÓRIAS   9
Modernidade, educação, história  11
História da educação  19
Tempo, história, educação  23
O transversal, o local, o institucional  27
A escola como objecto historiográfico  33
Conceitos e fontes  33
Processos  38
História e paradoxo escolar  45
Para a história do educacional escolar  63
Historiografia da educação e do ensino em Portugal  73
PARTE I HISTÓRIA DO EDUCACIONAL ESCOLAR PORTUGUÊS101
Estatalização (do Pombalismo à Revolução de 1820 – alfabetização escolar)103
Iluminismo e estatalização105
Instituição da escola – tradição e projecto135
Nacionalização (Liberalismo – portugalidade escolar)165
Para uma educação nacional169
O educacional escolar na base do Estado-Nação215
Governamentação (Regeneração – sistémica e burocracia escolar)241
Uma racionalidade orgânico-administrativa246
Orgânica escolar e constituição do social312
Regimentação (do Republicanismo ao Estado Novo – um colectivo escolarizado)349
Sistema escolar e homem novo349
Escola e tecnologia do colectivo nacional361
Destino pátrio e minimum sociocultural escolar401
Do velho se fez novo408
PARTE II DA CADEIRA AO BANCO411
Constituição do educacional escolar417
Bases da Cultura Escolar417
O educacional escolar452
Escola e Modernidade465
A educação na transição do Antigo Regime469
Escrita e evolução histórica – o elemento letrado476
Escolarização e Modernidade483
Complexos histórico-pedagógicos: transversalidades/ nacionalidades503
Vernáculo e estatalização509
Nacionalização, formalização, livro escolar516
Constituição do social: organicidade, municipalismo525
Internacionalização das políticas escolares: estatística, comparação529
Instituição do educacional escolar – transversalidades, nacionalidades536
Ciclos de Modernização escolar no Brasil545
Estatalização e vernaculização548
Independência e nacionalização551
Do Império à República – municipalização559
República e modernização562
Sob o signo da Escola Nova – o Brasil pedagógico569
Escola e modernização da sociedade portuguesa573
Materialidade, estrutura e geografia escolar573
Da internalidade e da singularidade portuguesas579
Escola e sociedade584
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS605
Bibliografia geral607
Fontes primárias625
Manuscritos631
Vária633
ÍNDICE ONOMÁSTICO635

Coleção e data de publicação

Ano de publicação: 2010
Colecção: Ciências da Educação
Editora: Educa | Unidade de I&D de Ciências da Educação